Todos os dias, as pessoas têm de gerenciar conflitos nas mais diversas áreas de seus cotidianos: pessoal, profissional e relacional. Lidar com eles de maneira pacífica e firme, equilibrando os argumentos e sabendo comunicar de forma precisa e eficiente é uma habilidade extremamente preciosa nos dias de hoje.
Mas será que os conflitos que vivenciamos são sempre componentes carregados de estresse? É um desabonador na nossa rotina? Não. Nós, latinos, temos muita dificuldade de lidar com contendas. Já para os orientais, são consideradas oportunidades. É como se essa cultura enxergasse qualquer entrave como um copo meio cheio – e não meio vazio –, como uma brecha para praticar um novo olhar e ressignificar determinada situação e transformá-la em uma oportunidade.
Como coach, tenho notado que a maioria dos conflitos tem no seu cerne problemas de comunicação – ou de falta dela: seja em casa, na empresa ou numa roda de amigos. Os motivos para geração de conflitos são quase sempre dessa natureza.
O primeiro deles é não alinhamento de expectativas. Nem sempre o óbvio para nós é tão claro assim para o receptor da mensagem que queremos passar. As diferenças de metas e objetivos, ou de interesses, também costumam resultar em desarranjos entre os interlocutores. Por exemplo, quando duas pessoas começam a sair, se o desejo de uma for casar e formar uma família, e da outra for apenas passar um tempo acompanhado com data para terminar, com certeza elas terão um problema por conta da discrepância dos objetivos entre eles.
Outra das razões para constantes enfrentamentos do dia a dia diz respeito à percepção de diferentes personagens sobre a mesma dificuldade e os posicionamentos possíveis perante à situação. Resistência a mudanças, confusões de papéis e exigências inadequadas também podem gerar conflitos.
Um dos motivos mais difíceis de detectar está intimamente ligado a emoções e traumas passados da pessoa que está recebendo a mensagem. A ideia pode ter sido exposta de maneira adequada pelo interlocutor, mas como saber quais lembranças esse recado vai acessar na memória do receptor dessa notícia?
De modo geral, as causas desses embates estão relacionadas a bens materiais ou imateriais, relacionamentos, territórios ou funções preestabelecidas e princípios e valores. Quase sempre se enquadram nessas quatro opções.
E o que fazer para lidar com esses conflitos? O primeiro passo é reconhecer o que nos impede de resolvê-los, superá-los, ou de lidar melhor com eles? Sentimentos, posturas e elementos como: comodismo, vitimização, crenças limitantes, medo, orgulho, religião, mídia, vergonha, culpa, família e procrastinação, são alguns dos fatores que dificultam essa melhoria. Aprender a lidar com essas emoções ou pelo menos arrumar um método de gerenciá-las aumentará a qualidade das nossas relações de maneira geral.
O segundo passo consiste em identificar sua parte de responsabilidade, seu envolvimento na divergência em questão. Temos que nos perguntar constantemente: “como estou contribuindo com a situação causada?” A etapa seguinte é desenvolver as habilidades para lidar com conflitos: alinhar expectativas, melhorar a comunicação direta e definir a linguagem para que todo o público entenda, desenvolver a empatia e habilidade de negociação.
E, acredite se puder, a energia sexual não trabalhada torna um indivíduo mais conflituoso – é fisiológico. Se estiver bloqueada, pode fazer mal ao ente envolvido. A dica é tentar separar um tempo para meditação, tantra, respirações e outras ações para relaxamento e melhor entendimento do corpo humano.
O quarto e último passo é atuar do desenvolvimento de comunicação mais responsiva. Elaborar suas falas e mensagens antes de se colocar, a fim de conseguir uma comunicação mais direta e precisa possível.
Depois disso tudo é importante avaliar os resultados. A esse sistema eu dei o nome de “Conflitômetro”: Quanto disso tudo eu consegui resolver? A partir daí, é interessante realizar uma autoavaliação para aprimoramento de suas habilidades de relacionamento.