Porque o estilo de liderança feminino pode trazer benefícios para empresa!
Mais do que salários equiparados e direitos iguais no mundo corporativo, as mulheres dos dias de hoje anseiam mais. Elas representam mais de 49% do mercado de trabalho mundial, segundo a Organização Mundial do Trabalho (OIT), e o índice delas em cargos de CEOs e de diretorias executivas no Brasil chegou a 16% em 2017, segundo a pesquisa International Business Report (IBR) – Women in Business, da Grant Thornton. Em 2016, o indicador era de 11% e, em 2015, de apenas 5%.
Apesar da pouca representatividade em cargos de chefia, elas provam que podem ser presidentes tão eficientes quanto homens. Ou até mais. Pesquisa da consultoria McKinsey, lançada no final do mês passado, aponta que empresas que possuem mulheres na liderança têm 21% a mais de chance de ter desempenho financeiro acima da média.
Não satisfeita em nomear uma CEO da sua marca, a multinacional de tecnologia ThoughtWorks, por exemplo, colocou mais duas na linha de frente. As executivas gaúchas Caroline Cintra e Gabriela Guerra tornaram-se presidentes da empresa americana especializada em desenvolvimento criativo de software, em meio à pior crise da história recente do país. Enquanto a economia brasileira cresceu pífio 1% em 2017, elas fizeram o faturamento subir 51%, contrataram centenas de pessoas para a equipe e conquistaram a confiança de grandes organizações parceiras.
Apaixonada por arte e, mais especificamente, por Pablo Picasso, a brasileira Rachel Maia resolveu, num impulso, conhecer a filha do artista, Paloma Picasso, que estava lançando uma linha de joias com a Tiffany & Co., uma das joalherias mais tradicionais do mundo. Foi abordada por um headhunter que procurava alguém com especialização em Contabilidade e que falasse inglês.
Depois de sete anos como CFO da Tiffany & Co. no país, foi abordada por representantes da Pandora, que lhe ofereceram o cargo de CEO. Desde então, fez crescer agressivamente o negócio. Se em 2009 eram dois pontos de venda, hoje a Pandora soma 92, entre franquias e lojas próprias, além do canal de e-commerce. A ideia de oferecer joias a preços acessíveis permitiu que a marca continuasse forte durante a crise. A joalheria faturou cerca de US$ 3 bilhões globalmente em 2016.
Estudos conduzidos pela Universidade Duke, dos Estados Unidos, concluiu que as mulheres são consideradas mais eficientes para assumir cargos de lideranças, e elas também sabem levar melhor os relacionamentos profissionais do que os homens. Os responsáveis pela pesquisa argumentaram que em ambientes de negócios, competência e simpatia costumam ter um certo nível de compatibilidade para a ala feminina. Eles justificaram, ainda, dizendo que elas são mais competentes, principalmente por enfrentar os preconceitos da sociedade para assumir funções antes exclusivamente masculinas – elas têm que trabalhar duas vezes mais para obter a metade do reconhecimento conferido aos homens.
Já segundo o levantamento feito pela empresa de gestão de talentos Saba Software, as mulheres tendem a ter uma visão mais holística com relação ao trabalho. O trabalho para elas faz parte de um plano maior da vida inteira – consequentemente, elas enxergam a carreira de uma forma diferente dos homens, que valorizam mais a questão do retorno financeiro.
Para elas, fatores como propósito, conexão e significado são importantes na escolha de uma carreira, bem como a integração e valorização do equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. Essa visão explica porque as participantes da pesquisa definiram liderança de forma diferente dos homens: 65% delas contra 56% deles enxergam um líder como uma pessoa que compartilha conhecimento e se conecta com seus colegas de trabalho para ajudar o time e os negócios.
Entre os talentos que elas apresentam com mais frequência em posições de gestão estão: a habilidade de ouvir, expertise em realizar múltiplas tarefas com eficiência, capacidade de estimular a colaboração entre os funcionários, melhorando o trabalho em equipe. Além de serem menos egocêntricas que os homens, elas também são dotadas de maior inteligência emocional – habilidade de reconhecer e identificar suas emoções próprias e de seus colegas de trabalho, o que vem muito mais natural para elas do que para eles – e são ótimas comunicadoras, capazes de passar mensagens abertas e claras.
E, por fim, mas não menos importante: elas desenvolvem múltiplos papeis no seu cotidiano e sabem lidar bem com situações adversas, porque já estão familiarizadas por conta do dia a dia no lar.